Com o verão se aproximando e com ele o aumento da temperatura, aumentam também as
infestações de carrapatos.
Estes parasitas de “oito pernas”, além de causarem grandes transtornos e
desconforto, também transmitem doenças para os animais e para o homem.
Por isso, saber
como combater carrapatos de forma eficaz é importante não apenas para garantir a saúde do seu cão, mas também a da sua família.
Os carrapatos são artrópodes da classe Arachnida, a mesma das
aranhas, e tanto os machos quantos a fêmeas se alimentam de sangue (são
hematófagos). Os carrapatos mais comuns nos cães são da espécie
Rhipicephalus sanguineus (conhecido como carrapato-vermelho-do-cão), porém o cão também pode ser parasitado acidentalmente por outras espécies, como o
Amblyomma
(carrapato estrela) encontrado em áreas rurais ou de mata. O ciclo de
vida dos carrapatos, independentemente da espécie, possui três fases:
larva, ninfa e adulto, onde cada fêmea pode colocar de 200 a 3000 ovos
por dia.
Ao contrário do que parece,
os carrapatos não ficam todo o tempo fixados ao animal.
Para colocar os ovos e para fazerem as mudas, eles deixam o cão e vão
para o ambiente. É comum ver carrapatos saírem do animal e subirem nas
paredes ou para as pontas da grama e das plantas. Isto ocorre porque o
carrapato do cão possui geotropismo negativo, ou seja, quando deixa o
cão que estão parasitando sobem para locais mais altos, para encontrar e
se fixar em um novo hospedeiro que esteja passando pelo local.
Os carrapatos causam diversos problemas ao animal enquanto se
alimentam. Nos cães, causam coceira, incômodo, e também podem causar
anemia e transmitir doenças que podem ser fatais, como a babesiose e a
erliquiose, conhecidas como “doenças do carrapato”. Devido ao seu ciclo
de vida, um único carrapato pode parasitar vários hospedeiros
diferentes, entre animais e seres humanos. Isto aumenta as chances de
transmissão de doenças, pois uma vez que ele se alimente do sangue de um
animal infectado, transmitirá o agente etiológico da doença para os
demais hospedeiros que irá parasitar. Além dos cães, os carrapatos podem
transmitir agentes que causam doenças graves nos humanos, como a Febre
Maculosa e a Doença de Lyme. A prevenção da infestação e o combate aos
carrapatos são as melhores maneiras de impedir que essas doenças
ocorram.
É imprescindível o uso de carrapaticida no ambiente onde vive o cão
O uso de carrapaticida no ambiente e no cão são os principais métodos
de controle. Existem no mercado diversos produtos eficientes para se
combater carrapatos, uns para serem usados no cão e outros para serem
usados no ambiente. Entre os produtos usados no cão há a
ivermectina,
a selamectina, o amitraz, os piretróides, o fipronil e outros. Quando a
infestação é grande, pode ser necessário mais de uma aplicação do
carrapaticida para matar todos os carrapatos. Nos casos de animais com
pêlos longos, recomenda-se a tosa para facilitar o tratamento. É preciso
cuidado na escolha e aplicação desses produtos e eles só devem ser
usados sob prescrição e orientação do médico-veterinário, pois alguns
deles podem causar intoxicação.
No caso da ivermectina, seu uso é contra-indicado em algumas raças,
como Collie, Pastor Alemão, Pastor de Shetland, Pastor Australiano,
Setters, Old English Sheepdog e seus cruzamentos. Também é
contra-indicado o uso da maioria dos carrapaticidas em filhotes,
gestantes e fêmeas em lactação.
É imprescindível o uso de carrapaticida no ambiente onde vive o cão,
principalmente dentro das casinhas, paredes, muros, portões e no chão,
com atenção especial para as frestas que costumam abrigar grande número
de carrapatos em diversos estágios do seu ciclo de vida. É necessário
retirar o cão para aplicá-los no ambiente porque esses produtos podem
causar intoxicação. As camas, cobertores e acessórios devem ser bem
lavados para retirar qualquer carrapato que tenha se alojado. Se a
infestação for grande, é necessário que o produto seja aplicado semanal
ou quinzenalmente, para matar todos os carrapatos .
Para a prevenção, deve-se aplicar regularmente no cão um produto com
boa ação residual (de 3 a 4 semanas), e/ou usar coleiras carrapaticidas.
Impedir o acesso do cão a áreas onde existam cavalos, bois e animais
silvestres é uma boa prática para evitar a infestação acidental por
outras espécies de carrapatos. Se não for possível, aplique um
carrapaticida no seu cachorro, antes ou depois do passeio. Lembre-se que
o combate às infestações de carrapatos é um trabalho que exige
paciência e persistência, podendo demorar semanas até que o problema
resolvido e os carrapatos, eliminados.