quinta-feira, 25 de junho de 2009

Proteção aos gatos

Campus da UECE: gatos foram encontrados mortos após o último fim de semana (Foto: Natinho Rodrigues)

Na edição de 25 de junho do Diário do Nordeste foi publicada uma notícia sobre mais um crime contra os animais, desta vez cometido, anonimamente, na Universidade Estadual do Ceará. A postagem desta notícia no blog da APROV não serve apenas como denúncia, mas espera-se que possamos refletir, pensar, discutir e propor projetos e políticas que evitem atos tão cruéis.

"Universidade quer esterilizar e abrigar animais"

Para evitar novas mortes, a Uece colocará em prática dois projetos. Um deles em parceria com a Prefeitura

A comunidade científica da Universidade Estadual do Ceará (Uece), estudantes e professores, ainda está chocada e revoltada com mais um crime contra os gatos que vivem soltos no Campus do Itaperi. “Ontem, o pessoal da limpeza recolheu 18 animais mortos”, afirmou o diretor da Faculdade de Veterinária da Uece, professor Célio Pires Garcia.

O autor do envenenamento dos felinos, noticiado ontem pelo Diário do Nordeste, ainda é desconhecido. Diante da crueldade cometida contra os animais, o diretor lamenta que não haja nenhum suspeito. Contudo, admite que “nem todo mundo é obrigado a gostar de gatos, mas, mesmo nesses casos, ninguém tem o direito de maltratar ou matar”.

Para evitar que novas mortes sejam cometidas contra os gatos, a Uece colocará em prática dois projetos. Um deles é finalizar as negociações com a Prefeitura de Fortaleza para firmar um convênio de parceria com o Centro de Controle de Zoonoses a fim de realizar o programa de esterilização dos animais. “Há dois anos estamos tentando firmar esse convênio com a Prefeitura Municipal”, revela Célio Garcia.

Há cerca de três anos, a Faculdade de Veterinária da universidade já faz a esterilização dos gatos que vivem no campus. Após o procedimento, alguns animais são enviados para feiras de adoção. Com o convênio firmado, “teremos condições de esterilizar um número maior de felinos”, salientou o diretor da faculdade.

A segunda medida para proteger os gatos do Campus do Itaperi é o projeto do Centro de Convivência para abrigar os animais abandonados. “Muitas pessoas acham que pode vir com o porta-mala cheio de gatos e soltar na Uece”, revela Célio Garcia. Ele espera que as duas iniciativas — a esterilização e o centro —, além de protegerem os animais, evitem as mortes e estabilizem a população de felinos no campus.

O médico veterinário do Centro de Controle de Zoonoses, Sérgio Franco, ao tomar conhecimento das mortes dos gatos, disse que “envenenar animais é crime, previsto na legislação”. Ele explicou que não se pode eliminar, de forma aleatória e sem recomendação técnica, animais abandonados nas ruas, em praças públicas ou nos campus universitários.

Ele é favorável ao controle populacional dos animais, mas defende a implantação de um programa de esterilização para resolver o problema. “Nessas área não há um controle, mas uma pessoa chegar ao ponto de envenenar os animais é um absurdo”, criticou o médico veterinário do CCZ.

No caso específico da Uece, ele afirmou que o convênio com a Prefeitura de Fortaleza está adiantado. “A parte técnica já está elaborada e prevê a castração de 150 animais, média mensal. Esperamos que a Uece e o Município entrem em acordo e a parte burocrática do convênio seja acertada”, argumentou Sérgio Franco. Segundo ele, o projeto será desenvolvido pelos professores e alunos dos últimos anos do curso de Veterinária da Uece.

Na opinião da presidente da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa), Geusa Leitão Barros, se a Prefeitura de Fortaleza realizasse um trabalho de esterilização e controle de natalidade de animais de rua, a médio e longo prazos, a população de gatos e cães iria diminuir. “O povo tem pena e joga os animais nas praças, nos pólos de lazer e nas universidades, algumas pessoas se sentem incomodadas e colocam veneno para acabar com o problema”, criticou. A Uipa tem um trabalho de esterilização de cães e gatos abandonados. “O médico Péricles Duarte Portela faz 200 castrações para a Uipa em animais de donos pobres e protetores de animais”."

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