segunda-feira, 17 de agosto de 2009

APROV PARTICIPA DE "SOPÃO DE SÃO LÁZARO"

Amor e fé - são muitas as surpresas no caminho


Carinho e solidariedade - Participante do projeto não resiste a carinho dos felinos

Festa felina



Protetora APROV



População participa da Ação Solidária em prol da vida


Dra. Leila - Grupo Herdeiros da PAZ - idealizadora do sopão!


(São Lázaro - Considerado protetor dos leprosos, para alguns protetor dos cães)

No último domingo, 16 de agosto, um grupo de voluntários da Comunidade Beneficente Zaíla Lavor realizou o “Sopão de São Lázaro”, onde uma gostosa sopa ia sendo distribuída a cães e gatos em comunidades carentes ao longo do caminho do horto, em Juazeiro. A distribuição do sopão também atraía a população, tão privada de condições mínimas de subsistência.
A APROV, convidada pela nossa colaboradora Dra. Tarcila (Veterinária) e pela Dra Leila, esteve presente nesse domingo de solidariedade. É claro que sabemos a infinidade de problemas que se acumulam, seja nas próprias comunidades, excluídas, alijadas de uma vida digna, ou nos animais encontrados no caminho, alguns abandonados, outros simplesmente famintos. Mas o que o sopão parecia nos despertar: solidariedade e amor. Um domingo, incomum, daqueles que fazem bem ao espírito. Daqueles em que você encontra pessoas do tipo: “eu faço a diferença”.
Obrigada à Tarcila, Leila, às crianças do grupo Herdeiros da Paz, obrigada aos participantes desse projeto que defende a vida.


Para quem aceita a crença, oração de São Lázaro:

"Ó São Lázaro, vós que suportastes terríveis sofrimentos da vida terrena, com a certeza de alcançar a felicidade no céu, abre meu coração à palavra de Deus Todo-Poderoso na Bíblia e aos ensinamentos da Igreja Católica. Dai-me um coração sensível às doenças e a miséria dos meus irmãos e de toda vida terrena que é, assim como minha própria vida, permitida por Deus e abençoada. Abre meus olhos para ver e compreender que "O que aqui se faz aqui se paga" é uma sentença falsa e enganosa. Porque, a perfeita e definitiva justiça só acontece na outra vida. Ajudai-me a crer com firmeza na realidade do céu e do inferno, para que eu não venha a me arrepender quando for tarde, como aconteceu com o rico da parábola. São Lázaro, rogai por mim, por meus irmãos e por todos os seres vivos. Escutai minha prece [Fazer o pedido] e eleva minhas palavras e minha necessidade ao Deus Todo-Poderoso. Amém".

terça-feira, 11 de agosto de 2009

MATADOUROS NO CEARÁ


Matadouro clandestino no município de Quixadá (foto: Alex Pimentel)

OPINIÃO

Em reportagem veiculada no último dia 10 de agosto de 2009 (que transcrevemos em nosso blog), o jornal Diário do Nordeste denuncia o quadro dramático em que funciona grande parte dos matadouros no Estado do Ceará. Diante da realidade que nos é colocada, como membro da APROV – Associação de Proteção à Vida, sinto-me compelida a fazer algumas reflexões.
A cadeia de carnes no Brasil registra números robostos e cifras bilionárias. Dados do IBGE revelam, considerando apenas o primeiro trimestre de 2009, que 6.446.000 cabeças de gado foram abatidas na pecuária brasileira (ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais) . Melhoramento genético, incorporação de novas práticas zootécnicas, tecnologias de transformação e beneficiamento são criadas e repensadas em nome de uma maior eficiência econômica. Eficiência econômica? Sim, estamos falando de um mercado, como qualquer um na economia atual, cujo objetivo maior é o ganho de competitividade, através da obtenção de um produto de melhor qualidade a menores custos. Os interesses? Atender, portanto, às necessidades de um mercado interno e externo em constante transformação (“Poxa, como a União Européia é exigente”!).
Mas por quê refletir sobre um mercado específico, que gera renda como tantos outros? Simplesmente porque a “mercadoria”, aquele “objeto”, que no mercado gera o lucro, são os animais. Portanto, há que se chamar atenção que aqui está sendo discutida a vida.
Os graves problemas de saúde pública, advindos de condições sanitárias degradantes, como as descritas na reportagem, contrastantes com a pecuária promissora brasileira, são notórios. O cenário de filme de terror descrito na matéria expõe uma situação que se repete em denúncias que envolvem a questão animal. Nós, humanos, que consumimos diariamente os produtos dessa indústria, podemos ser acometidos, tragicamente, por bactérias patogênicas ou doenças parasitárias. Assim, nossa tragédia vira “notícia” falada, escrita e filmada, como aquelas notícias de humanos que adquirem calazar ou raiva e aí são suscitadas campanhas, que muitas vezes depois são esquecidas.
O outro lado do mercado, ou dos problemas de saúde pública, que também se tornam problemas econômicos (porque nessa hora também viramos mercadoria, ou melhor, viramos estatística e números que pesam no orçamento público), é a violência e o desrespeito à vida que como locomotiva, move a indústria de carnes no mundo, no Brasil e aqui, bem perto de nós. A argumentação intelectual e científica já mostra que os animais não são feitos só de instintos, tendo, portanto, sentimentos, sabem o que é stress, angústia, medo (nem precisa comprovação da ciência, basta ter em casa um gato ou cãozinho). Os atos de violência descritos não são simplesmente atos cruéis, são crimes que violam a Constituição Federal (em seu Art 255/inciso VII), o Decreto Federal 24.645/1943 (Lei de proteção aos animais) e a lei Federal 9.605/1998 (Lei de crimes ambientais), nos quais maltratar animais é crime.
No momento em que a bioética é discutida em todo o planeta, torna-se objeto de estudos multidisciplinares, que envolvem medicina, direito, filosofia etc., em que o Brasil dá contribuições a fim de que se avance para além dos critérios biomédico e biotecnológico, envolvendo também os campos sanitário, social e ambiental, a sua tradução e materialização parece absolutamente utópica no ceará. Na verdade, pensar a vida e nela importar-se com a vida animal, tem que ser prática, realidade diária dos indivíduos e poder público; tem que estar na escola, nos currículos das Universidades e simplesmente, na nossa casa.
A matéria é importante não apenas porque denuncia irregularidades, mas por, de alguma maneira chamar atenção à vida e por dar espaço à opinião de uma especialista, valorosa protetora, integrante da União Internacional Protetora de Animais – UIPA.

Christiane Luci Bezerra Alves
(Professora do Departamento de Economia da Universidade Regional do Cariri; Secretária e Integrante da APROV)

Diário do Nordeste - Regional - 10/08/2009

Relatório mostra grave quadro de matadouros do Estado

Quixadá O flagrante de um abatedouro funcionando em situação irregular na periferia de Quixadá traz à tona um grave problema de saúde pública. Além do sacrifício cruel dos animais, falta estrutura para o corte da carne que vai à mesa do consumidor. A maioria dos matadouros públicos do Interior do Estado do Ceará não possui higienização. Também faltam estrutura e equipamentos para a matança. Um levantamento disponibilizado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) expõe o grave quadro dos matadouros.

O diagnóstico, elaborado pela RMS Engenharia foi solicitado em 2006 e atualizado por solicitação do Governo do Estado, por meio da Secretaria das Cidades. No relatório, o quadro é apontado como de caos. O processo de abate é realizado de forma desumana. O boi agoniza a marretadas. A esfola é realizada no chão, sem higiene adequada. O método também viola a lei estadual 12.505. O dispositivo legal estabelece o uso de pistola pneumática na matança. Não é o que ocorre na maioria dos abatedouros.

As irregularidades se estendem ao tratamento das águas residuais. Em 59% dos matadouros não existem dispositivos ou estações de tratamento. Outros 32% utilizam as próprias fossas como estrutura de despejo. A situação se agrava pela falta de controle sanitário eficiente. Também faltam instalações para acondicionamento da carne e derivados. Apenas 2% possuem licença ambiental. Em grande parte das cidades existe abate clandestino. Juntas, as anormalidades acarretam prejuízos para a saúde e meio ambiente.

Até o último levantamento, realizado em maio passado, o Ceará possuía 223 matadouros. Desse total, estão em atividade 159 públicos e 20 particulares. Outros 20 estão desativados e 23 em fase de implantação. A maioria dos matadouros ativos, 64%, abate animais tanto de grande como de pequeno porte. Em 53% deles há matança de bovinos, suínos e caprinos. Outros 11% abatem apenas bovinos e suínos. O abate somente de bovinos corresponde a 30%, enquanto apenas 6% não trabalham com a espécie. Esses dados serão utilizados na elaboração de um plano estratégico de implantação de matadouros regionais. No mês de setembro, um comitê intersetorial formado pelas Secretarias das Cidades, do Desenvolvimento Agrário, da Saúde e do Meio Ambiente deverá se reunir para planejar as ações, explicou o orientador da Célula de Resíduos Sólidos e Infraestrutura Sanitária da Secretaria das Cidades, Paulo César Alves.

De acordo com o especialista, o encontro norteará a viabilidade econômica das unidades de abate. O sistema de consórcio é apontado como alternativa.

Alves não definiu quando o Comitê fechará a questão. Ressaltou apenas o interesse do Governo do Estado em agilizar a instalação dos abatedouros regionalizados. O último governo a se interessar pelo problema foi o de Virgílio Távora, há mais de duas décadas. Segundo o técnico, na atual gestão, o Estado já disponibilizou R$ 2,9 milhões. Ele avalia a necessidade de garantias sólidas para que os investimentos se tornem auto-suficientes. A construção de uma unidade modelo de médio porte custa em média R$ 1 milhão.

Segundo o técnico do Núcleo de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde do Estado, Norival Santos, várias são as doenças veiculadas por alimentos de origem animal. Dentre as de interesse sanitário, encontram-se as parasitárias: cisticercose, toxoplasmose, fasciolíase hepática; as de origem bacteriana como a salmonelose e brucelose e a de origem viral, febre aftosa. Todas estas enfermidades estão associadas a deficiências no controle sanitário dos animais destinados ao abate e na ineficácia dos sistemas de controle de qualidade durante o processamento das carnes.

Portanto, torna-se necessária a adoção de boas práticas em todas as etapas do processo visando garantir a produção de alimentos seguros, mantendo, assim, características nutricionais e qualidade sanitária. A qualidade do alimento produzido depende de fatores como condições da matéria-prima a ser beneficiada, estrutura oferecida para o processamento, conservação e acondicionamento para o produto acabado. A cadeia produtiva segue da produção primária até a distribuição do alimento oferecido.

Santos explica que a carne é um alimento altamente proteico e rico em vitaminas minerais. Apresenta características intrínsecas as quais contribuem para que os processos de deterioração sejam acelerados após as transformações bioquímicas ocasionadas após o abate. Para que isto não ocorra, é necessário que as boas práticas de manipulação e métodos de conservação sejam adotados para inibir a ação de microorganismos. Condições estruturais adequadas e controle de qualidade permanente podem reduzir os riscos para o consumidor.

Por meio da Coordenadoria de Promoção e Proteção a Saúde e do Núcleo de Vigilância Sanitária, a Sesa realizou um diagnóstico situacional das condições higiênico-sanitárias e ambientais de 164 matadouros sendo 150 públicos e 14 privados. Foram encontrados riscos desde a qualidade da matéria-prima até a comercialização .

QUIXADÁ
Novo local esbarra na burocracia

Quixadá Sobre a unidade de abate no município de Quixadá, o presidente da Empresa de Serviços e Negócios de Quixadá (Empresq), que gerencia o abatedouro, Helano Bezerra, explicou já haver um projeto para construção do novo prédio. A obra aguarda recursos da ordem de R$ 500 mil, todavia esclareceu o administrador depender do Governo Federal a liberação da verba.

De acordo com ele, o processo se arrasta pelos corredores de Brasília faz mais de dois anos. O município não possui recursos para arcar sozinho com as despesas. A contrapartida, de 20%, já está assegurada, completou.

Improvisado

Enquanto o novo prédio não chega, nos fins de semana, o mercado público e a maioria dos açougues dependem do matadouro improvisado nos fundos de uma mercearia, numa área residencial, para atender toda a freguesia.

A Vigilância Sanitária local reconhece que a área de abate é melhor estruturada que o abatedouro municipal. Mas, a vizinhança se sente incomodada com o trabalho. A situação foi denunciada à polícia e as irregularidades constatadas.

O proprietário, Eurismar Monteiro de Moura, alegou aos policiais que realiza o abate faz mais de uma década. Ele confirmou não possuir licença para funcionamento do matadouro. Moura também não possui veterinário para inspecionar os animais antes do abate. Mesmo assim, continua a prática.

Compete à Prefeitura de Quixadá a interdição do local, mas o comerciante atende os mesmos requisitos utilizados no matadouro da cidade. Até os esfoladores são os mesmos.

Fiscalização

Enquanto a Empresq tem dificuldades para implantar o abatedouro modelo, a Vigilância Sanitária do município tenta coibir a matança clandestina. A moita ainda continua sendo uma prática muito comum na cidade.

Neste ano, três locais que praticavam a atividade irregularmente, foram fechados. O diretor da Vigilância Sanitária municipal, médico veterinário Cláudio Medeiros, vê como saída para o problema a participação dos moradores, denunciado as irregularidades. Apenas a Fazenda Pé de Serra possui estrutura para o abate de animais de pequeno porte.

FASE EXPERIMENTAL
Pedra Branca é exceção no Sertão

Quixadá. Em julho de 2006, o Diário do Nordeste abordou o problema. Os matadouros públicos ainda continuam sendo de grande utilidade nos municípios do Interior. Mas as condições não têm avançado muito. Ainda são poucas as cidades a contarem com unidades onde as normas de abate são cumpridas. Pedra Branca, no Sertão Central, é uma das exceções. A estrutura passou a funcionar no início do mês passado. Com capacidade para abater 12 animais por hora, atende os critérios estabelecidos pelos órgãos oficiais de controle agropecuário e sanitário.

O secretário de Agricultura de Pedra Branca, Hélio Chaves Bastos, informou que os investimentos para implantação do abatedouro modelo foram da ordem de R$ 780 mil. Até sua conclusão, a obra se arrastou quase três anos. Houve necessidade de reelaboração do projeto. Hoje, o matadouro funciona em fase experimental. Aguarda a licença ambiental. Bastos disse que a luta não foi fácil. Ainda restam alguns ajustes.

Captação de recursos

Sobre a captação de recursos para o "abatedouro utópico", como definiu Hélio Bastos, o orientador da Secretaria das Cidades informou ser proveniente do Programa de Cooperação Federativa (PCF). Os deputados podem solicitar, todavia, ele vê a formação de consórcios públicos como a saída mais adequada. Há necessidade de autossustentabilidade dos serviços de abate. Não há como manter o funcionamento dos matadouros com recursos públicos. Os estudos sobre os custos ainda estão sendo realizados.

ALEX PIMENTEL
COLABORADOR

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Dor de animais pode prejudicar consumidores

Abatida sem as condições de higiene e inspeção sanitária, a carne de moita - prática muito utilizada em todo o Estado - além de infligir enorme sofrimento aos animais que são abatidos com marretadas, facadas e golpes de foice, provoca risco à saúde do consumidor. Nesses matadouros clandestinos - muitas vezes em fundos de quintal - não se sabe se antes de morrer o animal estava doente, além do que, com o sofrimento prolongado em virtude da morte lenta, a sangria torna-se mal feita porque o animal fica deitado e o sangue não consegue sair todo do corpo. Tal fato provoca a disseminação das toxinas do sangue na carne e, segundo profissionais da Medicina e Medicina Veterinária, a demora do sangue na carne facilita a contaminação bacteriana e a deterioração, possuindo acentuado índice de toxinas, substância essa liberadas pelo organismo do animal abatido por meio do método cruel. Trata-se do processo da glicose, transformação do glicogênio em ácido lático, que afeta a textura, o sabor e a conservação da carne. Tanto a carne proveniente de matadouros clandestinos quanto a abatida em matadouros públicos, não sendo utilizados os métodos adequados, traz grande prejuízo ao consumidor. Estudos desenvolvidos por cientistas e publicados na Revista da Sociedade Zoófila Educativa de São Paulo dão conta que o sofrimento e o medo da morte cruel a que são submetidos os animais provocam na carne a formações de toxinas que podem prejudicar o consumidor.

Geuza Leitão
geuzaleitao@bol.com.br
Advogada e presidente da Uipa

Mais informações
Secretaria Estadual das Cidades
(85) 3101.4448

Secretaria da Saúde do Ceará
(85) 3101.5123

Empresa de Serviços e Negócios de Quixadá (Empresq)
Sertão Central
(88) 3414.4700

Secretaria de Agricultura
Município de Pedra Branca
Sertão Central
(88) 3515.2426

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terça-feira, 4 de agosto de 2009


Cão agoniza após tomar o anestésico, a espera da dose fatal - Protetoras intervém, solicitando uma dose maior do anestésico. Naquele momento, o que é inevitável, pode ser feito com o mínimo de dignidade e respeito!!!


A espera cruel - Todos têm zoonose fatal?


Cães empilhados depois do sacrifício - E a eutanásia estava apenas começando...

APROV VISITA CENTRO DE ZOONOSE DO CRATO

Integrantes da Associação de Proteção à Vida – Aprov – realizaram visita ao Centro de Zoonose do Crato (CCZ) na última sexta (31). O objetivo da visita foi acompanhar as eutanásias de cães e gatos, realizadas toda sexta, para monitorar se os procedimentos recomendados por lei são feitos.

Na ocasião, a Aprov solicitou à direção do CCZ relatório semanal com informações sobre: número de animais que chegam ao Centro; quantos têm zoonozes irreversíveis, sendo necessária a eutanásia; como são diagnosticadas as zoonozes. Além de informações de quantos animais são adotados e qual o destino dos animais saudáveis.

A associação realizará visitas semanais ao Centro de Zoonose para garantir acompanhamento sistemático. A próxima será sexta, 7 de agosto. A ideia é construir banco de dados que gere subsídios para estudos, pesquisas e projetos, visando ao bem-estar e tratamento ético dos animais e da população em geral. Abaixo, segue Carta Aberta, escrita pela presidente da Associação, Anna Christina Farias de Carvalho, após visita ao Centro de Zoonose do Crato.

Aprov é uma entidade sem fins lucrativos, localizada no Crato, que combate os maus tratos sofridos por animais, incentivando a posse responsável, especialmente, através da adoção de cães e gatos abandonados. Mais informações: (88) 8845-3542 (Antônia); e.mail contato.aprov@gmail.com Você pode ainda acessar o blogger: www.souprotetor.blogspot.com.


CARTA ABERTA À POPULAÇÃO E AOS PODERES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CRATO – CEARÁ

“Qual é o princípio ético que deve nos conduzir?”. Esta foi uma das perguntas que Albert Schweitzer1 fez durante sua trajetória de vida e diante de um mundo que se descortinava com tanta intolerância e desigualdade. A resposta veio como uma iluminação que só as pessoas que entendem a importância de uma vida poderiam pensar:
“A reverência pela vida! Tudo que é vivo deseja viver, e tem o direito de viver. Nenhum sofrimento pode ser imposto sobre as coisas vivas para satisfazer o desejo dos homens.”.

Com estas palavras, Schweitzer se firma como um dos precursores da Bioética no Planeta, defendendo e difundindo o princípio do respeito às obrigações éticas não só com o homem, mas com todos os seres vivos, pois segundo ele “a compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem.”.

Meus caros leitores, vamos ao porquê desta Carta Aberta. Faço parte de uma associação sem fins lucrativos, que tem como missão promover a proteção da biodiversidade, pelo desenvolvimento de uma relação harmônica entre a humanidade e o meio-ambiente, denominada Associação de Proteção à Vida - Aprov2, constituída oficialmente em junho do corrente.

Hoje, 31 de julho, eu e algumas companheiras de luta pela vida, assistimos a cenas dantescas, mescladas de indiferença e intolerância para com a vida de cães e gatos, sacrificados de forma indiscriminada – e nem um pouco indolor – pelos funcionários do Centro de Controle de Zoonoses do Crato, CCZ.
Vim para casa refletir: De quem é a culpa?
De Dr. Heldon, diretor do CCZ, que trabalha com recursos humanos e financeiros precários, como a maioria dos órgãos de promoção à saúde no País? Dos agentes que sacrificam os animais dentro de condições insalubres e estressantes e não têm direito a salário digno, nem insalubridade para sustentar a si e sua família? Do Conselho de Medicina Veterinária que não fiscaliza sistematicamente o cumprimento da Resolução n° 714, de 20 de junho de 2002, que dispõe sobre o procedimento correto da eutanásia do animal com zoonose? Dos poderes públicos que não destinam verbas específicas para os CCZs?
É culpa da população que não está e nem é sensibilizada para a adoção responsável, em sua maioria desconhecendo os seus direitos e os direitos dos animais? (Lei de Crimes Ambientais, n° 9605, de 12 de fevereiro de 1998, especialmente em seu art. 32 que estipula como crime contra fauna: “Praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.”.). Então? A quem culpar?

Deixo a pergunta para a reflexão de cada cidadão e cidadã do Crato, comprometido com um mundo melhor para todos os seres vivos: humano, animal e vegetal. Nesses tempos de tantas intolerâncias, indiferenças, banalização da violência e descaso com a vida, aquela frase de Jesus Cristo está sendo cada vez mais esquecida: “Ama a teu próximo como a ti mesmo.”.

Por último, solicito que acessem nosso blog. Lá, encontrarão fotos, informações e formas de ajudar à nossa luta por um planeta harmonioso.


Anna Christina Farias de Carvalho3
Diretora Presidente da APROV
1 Albert Schweitzer (1875- 1965), prêmio Nobel da Paz em 1952. Teólogo, médico, músico, missionário e filósofo alemão.
2 Aprov - Associação de Proteção à Vida (CNPJ 10.899.539/0001-88). Contatos: (88) 88453542 ou 96048204. E-mail: contato.aprov@gmail.com Site: www.souprotetor.blogspot.com


3 Doutora em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba. Pesquisadora do Núcleo de Ciência, Filosofia e Espiritualidade (NECEF) e Núcleo de Estudos Regionais (NERE), da Universidade Regional do Cariri (Urca). Professora Adjunta do Departamento de Ciências Sociais da Urca. Diretora-Presidente da Associação de Proteção à Vida (Aprov). Contato: anna_crica@hotmail.com