terça-feira, 4 de agosto de 2009


Cão agoniza após tomar o anestésico, a espera da dose fatal - Protetoras intervém, solicitando uma dose maior do anestésico. Naquele momento, o que é inevitável, pode ser feito com o mínimo de dignidade e respeito!!!


A espera cruel - Todos têm zoonose fatal?


Cães empilhados depois do sacrifício - E a eutanásia estava apenas começando...

APROV VISITA CENTRO DE ZOONOSE DO CRATO

Integrantes da Associação de Proteção à Vida – Aprov – realizaram visita ao Centro de Zoonose do Crato (CCZ) na última sexta (31). O objetivo da visita foi acompanhar as eutanásias de cães e gatos, realizadas toda sexta, para monitorar se os procedimentos recomendados por lei são feitos.

Na ocasião, a Aprov solicitou à direção do CCZ relatório semanal com informações sobre: número de animais que chegam ao Centro; quantos têm zoonozes irreversíveis, sendo necessária a eutanásia; como são diagnosticadas as zoonozes. Além de informações de quantos animais são adotados e qual o destino dos animais saudáveis.

A associação realizará visitas semanais ao Centro de Zoonose para garantir acompanhamento sistemático. A próxima será sexta, 7 de agosto. A ideia é construir banco de dados que gere subsídios para estudos, pesquisas e projetos, visando ao bem-estar e tratamento ético dos animais e da população em geral. Abaixo, segue Carta Aberta, escrita pela presidente da Associação, Anna Christina Farias de Carvalho, após visita ao Centro de Zoonose do Crato.

Aprov é uma entidade sem fins lucrativos, localizada no Crato, que combate os maus tratos sofridos por animais, incentivando a posse responsável, especialmente, através da adoção de cães e gatos abandonados. Mais informações: (88) 8845-3542 (Antônia); e.mail contato.aprov@gmail.com Você pode ainda acessar o blogger: www.souprotetor.blogspot.com.


CARTA ABERTA À POPULAÇÃO E AOS PODERES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE CRATO – CEARÁ

“Qual é o princípio ético que deve nos conduzir?”. Esta foi uma das perguntas que Albert Schweitzer1 fez durante sua trajetória de vida e diante de um mundo que se descortinava com tanta intolerância e desigualdade. A resposta veio como uma iluminação que só as pessoas que entendem a importância de uma vida poderiam pensar:
“A reverência pela vida! Tudo que é vivo deseja viver, e tem o direito de viver. Nenhum sofrimento pode ser imposto sobre as coisas vivas para satisfazer o desejo dos homens.”.

Com estas palavras, Schweitzer se firma como um dos precursores da Bioética no Planeta, defendendo e difundindo o princípio do respeito às obrigações éticas não só com o homem, mas com todos os seres vivos, pois segundo ele “a compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem.”.

Meus caros leitores, vamos ao porquê desta Carta Aberta. Faço parte de uma associação sem fins lucrativos, que tem como missão promover a proteção da biodiversidade, pelo desenvolvimento de uma relação harmônica entre a humanidade e o meio-ambiente, denominada Associação de Proteção à Vida - Aprov2, constituída oficialmente em junho do corrente.

Hoje, 31 de julho, eu e algumas companheiras de luta pela vida, assistimos a cenas dantescas, mescladas de indiferença e intolerância para com a vida de cães e gatos, sacrificados de forma indiscriminada – e nem um pouco indolor – pelos funcionários do Centro de Controle de Zoonoses do Crato, CCZ.
Vim para casa refletir: De quem é a culpa?
De Dr. Heldon, diretor do CCZ, que trabalha com recursos humanos e financeiros precários, como a maioria dos órgãos de promoção à saúde no País? Dos agentes que sacrificam os animais dentro de condições insalubres e estressantes e não têm direito a salário digno, nem insalubridade para sustentar a si e sua família? Do Conselho de Medicina Veterinária que não fiscaliza sistematicamente o cumprimento da Resolução n° 714, de 20 de junho de 2002, que dispõe sobre o procedimento correto da eutanásia do animal com zoonose? Dos poderes públicos que não destinam verbas específicas para os CCZs?
É culpa da população que não está e nem é sensibilizada para a adoção responsável, em sua maioria desconhecendo os seus direitos e os direitos dos animais? (Lei de Crimes Ambientais, n° 9605, de 12 de fevereiro de 1998, especialmente em seu art. 32 que estipula como crime contra fauna: “Praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.”.). Então? A quem culpar?

Deixo a pergunta para a reflexão de cada cidadão e cidadã do Crato, comprometido com um mundo melhor para todos os seres vivos: humano, animal e vegetal. Nesses tempos de tantas intolerâncias, indiferenças, banalização da violência e descaso com a vida, aquela frase de Jesus Cristo está sendo cada vez mais esquecida: “Ama a teu próximo como a ti mesmo.”.

Por último, solicito que acessem nosso blog. Lá, encontrarão fotos, informações e formas de ajudar à nossa luta por um planeta harmonioso.


Anna Christina Farias de Carvalho3
Diretora Presidente da APROV
1 Albert Schweitzer (1875- 1965), prêmio Nobel da Paz em 1952. Teólogo, médico, músico, missionário e filósofo alemão.
2 Aprov - Associação de Proteção à Vida (CNPJ 10.899.539/0001-88). Contatos: (88) 88453542 ou 96048204. E-mail: contato.aprov@gmail.com Site: www.souprotetor.blogspot.com


3 Doutora em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba. Pesquisadora do Núcleo de Ciência, Filosofia e Espiritualidade (NECEF) e Núcleo de Estudos Regionais (NERE), da Universidade Regional do Cariri (Urca). Professora Adjunta do Departamento de Ciências Sociais da Urca. Diretora-Presidente da Associação de Proteção à Vida (Aprov). Contato: anna_crica@hotmail.com

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